domingo, 3 de fevereiro de 2019

Homenagem a Jorge da Conceição Rodrigues Caluquembe - Angola

JORGE DA CONCEIÇÃO RODRIGUES




4.8.1930     -      26.12.2017


Faz hoje, 26 de dezembro, um ano em que o marido, pai, avô, bisavô, tio, primo, e Amigo, partiu... Vítima de errada avaliação clínica por parte de determinada médica no hospital onde se solicitou socorro, a qual que lhe deu alta estando ele em estado crítico evidente.

Tomamos a liberdade de transcrever de seguida o texto (aperfeiçoado) que foi lido aquando da missa de corpo presente.

 Partiu…quando todos esperávamos poder continuar com o seu
conselho, os seus conhecimentos históricos de Angola, de Portugal e do Mundo, o saber bíblico invulgar (crente inabalável no Supremo); o ouvi-lo horas infindas – em duas palavras – de sabedoria universal. Autodidata, purista nas línguas (portuguesa, umbundo e muíla), não precisou de faculdades.

Memória de excelência, vasta e excecional cultura, repositório global da história da família. Estudo intenso da Bíblia. Crítico atento e frontal, sem meias palavras pois, acerca do que nos rodeava neste país, e não só, nos diversos setores da vida política e económica. Era um sábio.

Nascido na povoação da Huíla, em Angola, na sua tão querida terra que amava como ninguém, mas onde amarguradamente nunca mais voltou desde 1975; foi, em Caluquembe, guarda-livros, comerciante (loja e posto de abastecimento de combustíveis e lubrificantes), agricultor (criação de gado, pomar e horta), autarca e associativista, enfim um empreendedor. Dotado de uma bela e ímpar caligrafia. Era figura respeitada e consultada, pautada pelo rigor e honestidade, lutador inabalável contra atos administrativos injustos ou desonestos nomeadamente quando tais atos vitimizavam alguém da etnia negra. Era, apreciado e admirado, como pessoa íntegra e de rigor, mas que sabia reconhecer os seus erros.

Foi vereador ativo da Câmara Municipal de Caluquembe, presidente dedicado do Clube Recreativo de Caluquembe em vários mandatos.

Há anos, escreveu um livro de divulgação restrita que ficará como rica memória para toda a família a que chamou “TESTAMENTO”.

Estas palavras são parcas. Afloram, no essencial, quem foi o Homem grande e sabedor Jorge Rodrigues. Mas muito ficaria por dizer para o caraterizar na sua plenitude.

Partiu… suavemente no seu quarto, o seu grande refúgio em casa, se bem que de forma inesperada após ter tido alta indigna do hospital onde procurara cuidados urgentes. Marido dedicado dum casamento de 67 anos; pai de três filhas que muito amava; avô e bisavô de quem ele queria muito; último tio de muitos de nós ou vós; primo; amigo de um número infindável de muitos outros espalhados por Portugal, Angola e outros países. Todos o “veneravam”.

Partiu…o inesquecível Jorge da Conceição Rodrigues que tanta falta nos fará e já faz.

Paz à sua grande Alma entregue ao Criador no dia seguinte ao Natal de 2017.

Texto de Júlio Rodrigues

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