quinta-feira, 21 de julho de 2011

Produção de café uma realidade em Caluquembe

 

Camponeses empenhados na colheita do bago vermelho em Caluquembe

Fotos: 1/2

Fotografia: Arão Martins

O cafeicultor Óscar Benjamin, 78 anos, comprou com fundos obtidos através da produção de café, na localidade de Calonhoha, município de Caluquembe, província da Huíla, uma viatura de marca Mitsubishi, motorizada, bicicletas e elevou o número de gado bovino e caprino.

Produz café desde os seus 18 anos de idade e possui agora três hectares de terra. O cafeicultor, motivado pelos parentes, conseguiu dar vida condigna à família e trabalhadores. Neste momento, vende o quilo de café a 200 kwanzas e com os lucros paga os ordenados aos oito trabalhadores.

O seu principal cliente é o Centro Comercial do Lubango “Acajobel”. Explicou que o apoio do Executivo com instrumentos de trabalho, criação do programa de revitalização da produção do café no seio familiar anima a continuidade da lavoura do produto muito procurado no mercado local.

Henrique Hequele, que cultivou quatro hectares, está satisfeito com as colheitas que vão superar as do ano passado. A boa produção tem a ver com a injecção de fertilizantes efectuada pela direcção da Agricultura, com execução do crédito de campanha.

O cultivo de café no município de Caluquembe envolve 15 famílias, que produziram em 105 hectares. As localidades de Calonhoha, Ndondelo, Tchavola, Kaissaka e Kuando-Geremias possuem 365 áreas para lavoura do café.

O responsável municipal da Agricultura, Joaquim Tchikulumula, disse que para o sucesso da produção do café, as organizações Oiko e Mafiku doaram meios aos camponeses. Foram entregues enxadas, charruas, limas, catanas e fertilizantes, facto que animou os níveis de produção.

A coordenadora geral da Mafiku na região sul, Domingas Chilombo, disse que foram disponibilizados cinco mil dólares às 15 famílias que cultivam café em 15 localidades do município. O apoio enquadra-se na revitalização da produção do café no município de Caluquembe. Foram plantados 250 mil novos cafeeiros com o apoio da Agricultura e Organizações Não- Governamentais. Os bons resultados do programa de revitalização da produção do café, no município de Caluquembe, levou o governador da província da Huíla, Isaac dos Anjos, a visitar várias fazendas.

Uma economia alternativa

O governador da província da Huíla considerou a produção do café no município de Caluquembe, como economia alternativa para combater a fome e a pobreza no meio rural. “Quando plantámos as primeiras árvores de café ninguém acreditou no projecto”, disse.

A partir de Caluquembe, perspectivou exportar o café para a Alemanha e de lá também o país receber divisas. E essas divisas que o país receber, geradas por Caluquembe, podem ser aplicadas numa outra localidade para cada vez mais aumentar os níveis de produção, disse o governador.

A produção do café também constitui aposta forte das autoridades administrativas de Caluquembe. Joaquim Tchikulumula precisou que estão envolvidas na produção do café no município 32 famílias espalhadas nas diversas áreas. Acrescentou que na produção da soja estão empenhadas famílias das localidades de Cue 1 e 2, Calongoti, Tchitupi, Calupele, Tchavola, entre outras.

A realização do crédito de campanha no município de Caluquembe decorre a bom ritmo. O administrador municipal, Emílio Tchitacumbe, afirmou que graças ao programa a vida dos camponeses melhorou substancialmente.

Afirmou que existem ainda algumas áreas em que os camponeses estão ligeiramente atrasados na constituição de processos, embora haja um empenho grande das comissões criadas para o efeito, para que mais camponeses beneficiem do crédito de campanha no município.Emílio Tchitacumbe exemplificou com a associação primeiro de Maio e da Calada, que recentemente receberam 56 cabeças de gado bovino, para tracção e multiplicação. As associações receberam dez toneladas de adubo, 16 de batata e uma tonelada de amónio.

O município de Caluquembe controla 180 associações de camponeses e 37 cooperativas, o que perfaz 12 mil agregados familiares. Emílio Tchitacumbe referiu que do total, mais de 270 cooperadores já receberam apoios.

Infra-estruturas sociais construídas de raiz e outras reabilitadas no quadro do programa de intervenção municipal e de combate à fome e à pobreza entraram em funcionamento na sede do município de Caluquembe. Foram inauguradas cinco casas sociais, uma escola do ensino secundário do segundo ciclo, um espaço para velório e mortuária e a sede da administração municipal. As obras de reabilitação e construção das novas infra-estruturas, executadas por empresas locais, estão a beneficiar mais de 200 mil pessoas do município.

Os empreendimentos foram inaugurados pelo governador da Huíla, Isaac dos Anjos. No mesmo quadro, foram abertos dois novos furos de água na localidade de Lomba Alto e mercado paralelo Alemanha, nos arredores da sede municipal.

Os dois furos estão equipados com bombas eléctricas, painéis solares, tanques de lavar roupa, alpendres de vedação e uma estrutura elevada para suporte do tanque com capacidade de bombear 20 mil litros por hora e foram construídos no âmbito do programa “Agua para todos”.  Dentro do mesmo programa, estão a ser construídas duas escolas, de seis salas, nas localidades de Campwena Dois e Cuilo e três sistemas integrados de água nas localidades de São José (sede de Sandula), Vatuco e Vila Branca.

Combate ao analfabetismo

O governador provincial da Huíla, Isaac Maria dos Anjos, disse que o objectivo do Executivo é acabar com o analfabetismo e integrar em pouco tempo as crianças que se encontram fora do sistema normal de ensino.

  O governante garantiu em Caluquembe que o seu pelouro vai continuar a proporcionar às populações um serviço de qualidade, com a construção de hospitais, centros de saúde e postos médicos e o reforço de recursos humanos.

O município de Caluquembe matriculou no presente ano lectivo 50.775 alunos, do ensino primário ao secundário do II Ciclo, esclareceu o chefe de secção municipal da educação, Henriques Isaías.

Informou que o sector da educação controla 284 escolas, sendo 127 na comuna sede, Negola 90 e Calepi 60.

Acrescentou que asseguram aulas nas mesmas 1.537 professoras. O município vai ser reforçado com 135 novos agentes de ensino, admitidos através de concurso público realizado recentemente pela direcção provincial da Educação

 

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