segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Milhares de camponeses com crédito agrícola


Momento em que os camponeses agrupados em associações recebiam os créditos



Fotografia: Arimateia Baptista
Milhares de camponeses da província da Huíla estão a beneficiar de apoios no âmbito do crédito de campanha concedido pelo Banco Sol, com vista a melhorar a produção e garantir a suficiência alimentar.
Numa primeira fase, o crédito contempla na Huíla 2.074 camponeses dos municípios da Chibia, Cacula, Jamba, Gambos, Chipindo, Caluquembe, Matala e Quipungo.
A directora do micro crédito do Banco Sol, Carla Van-Dune, disse no acto de lançamento oficial do crédito de campanha, na comuna do Dongo, município da Jamba, que a sua instituição disponibilizou mais quatro milhões de dólares para a Huíla.
“O Banco Sol concedeu crédito a oito municípios da província da Huíla, num valor superior a quatro milhões de dólares, resultante 211 contractos efectuados com 40 cooperativas, 54 associações e beneficiando 2.074 camponeses”, explicou.
Carla Van- Dunen esclareceu que os valores concedidos são depositados na conta do fornecedor, seleccionado pelo projecto, e ele por sua vez vai converter o dinheiro em fertilizantes, sementes e instrumentos de trabalho.
“ Os fornecedores vão trabalhar em parceria com as administrações municipais, comunais e os comités de pilotagem criados para acompanhar todo o processo e prestarem assistência técnica aos camponeses”, disse.
Na província da Huíla, a empresa Fertecenter foi a seleccionada para fornecer as sementes, fertilizantes e instrumentos de trabalho que os camponeses solicitaram a crédito ao Banco Sol.
O representante da Fertecenter, Sebastião Colhe, disse que a sua empresa está preparada para iniciar o processo de distribuição dos produtos, mas quer que o banco defina quais sãos quantidades.
Sebastião Colhe informou que tem em stock sementes de milho, feijão, batata, cebola, alho, adubos de vários tipos, adubadoras, fertilizantes, charruas, enxadas e até gado para tracção animal.
Para o director provincial da Agricultura na Huíla, Lutero Campos, este apoio vai permitir aos camponeses passar da agricultura de subsistência para a produção de excedentes, garantindo a segurança alimentar.
“ O Executivo pretende com esta acção melhorar a produção agrícola, reduzir a fome, melhorar os rendimentos das famílias camponesas, combater a fome e reduzir a pobreza”, disse.
Lutero Campos apelou aos beneficiários para aproveitarem da melhor forma possível esta apoio e trabalharem arduamente para que nos prazos estabelecidos possam fazer o reembolso dos valores ao banco.

Beneficiário

   Alberto Cambinda, 61 anos, deficiente motor, está filiado na cooperativa dos Antigos Cambatentes da comuna do Dongo, município da Jamba e é um dos beneficiários do crédito de campanha.
    Na vila do Dongo, localizada a 240 quilómetros da cidade do Lubango, Alberto Cambinda, tem cultivado de milho, feijão, massango, batata, alho e hortaliças na sua lavra de três hectares.
Apesar de se movimentar em cadeira de rodas, ele conta com ajuda dos filhos e sobrinhos para produzir.
Depois de assinar o contrato de crédito com o banco Sol, Alberto Cambinda não escondeu a sua satisfação, uma vez que o dinheiro lhe vai permitir adquirir mais sementes, fertilizantes e adubos para melhorar a produção.
Alberto Cambinda disse que pediu três mil dólares que vai converter em sementes de feijão, batata, cebola e alho, adubos e charruas.
Para Doroteia Senemole, camponesa da comuna do Caculuvar, município da Chibia, este apoio permite aumentar a produção na presente campanha agrícola.
Doroteia, que está filiada na cooperativa de Caculuvar, disse que a maior parte dos camponeses da sua localidade tem enfrentado dificuldades para adquirir sementes e instrumentos de trabalho para produzir.
Referiu que a ajuda vai permitir melhorar a produção e contribuir para a redução da fome e da pobreza no seio da população e melhorar os rendimentos das famílias camponesas.
Para Doroteia Senemole, os 140 camponeses da sua cooperativa que beneficiaram de crédito, estão em condições de aumentar a produção e devolverem os valores ao banco no prazo de um ano, caso as chuvas caiam com regularidade.
Jornal de Angola



    Sem comentários:

    Enviar um comentário

    Mensagens populares