quinta-feira, 14 de julho de 2011

Calepi tem novo centro de saúde

 

A comuna de Calepi, no município de Caluquembe, vai dispor de novas infra-estruturas sociais, desde unidades sanitárias e escolares, estradas, sistemas de abastecimento e distribuição de água e energia eléctrica, no âmbito do Programa de Combate à Fome e à Pobreza.

Nesse contexto, um novo centro de saúde vai entrar em funcionamento no início do mês de Agosto, tendo as obras da empreitada durado 120 dias e custado aos cofres do Estado 9,17 milhões de kwanzas.

O novo centro de saúde de Calepi, que já foi entregue às autoridades administrativas do município pelo governador da Huíla, Isaac Maria dos Anjos, possui uma farmácia, salas de tratamento, de espera, de observação e duas enfermarias, das quais uma para homens e outra para mulheres. Além disso, dispõe ainda de uma sala de partos e serviços do Programa Alargado de Vacinação (PAV), um compartimento de aconselhamento aos pacientes, com vista a terminar com as constantes movimentações de residentes para o hospital de Caluquembe, situado na Missão Evangélica.

O administrador de Calepi, António Bongue, considerou que a entrada em funcionamento do novo centro vai fazer com que mais enfermeiros sejam admitidos para desenvolver a actividade a nível da localidade, alargando os serviços de atendimento, comparativamente aos que funcionavam no único posto de saúde.

A par do centro de saúde, o fornecimento de água potável aos mais de 17 mil habitantes passou a ser uma realidade, correndo já nas torneiras da comuna, no quadro do programa “Água para todos”.

Os trabalhos de terraplanagem da estrada que liga a comuna à sede do município de Caluquembe é outro empreendimento que irá permitir encurtar a distância que separa a localidade da sede municipal e facilitar a circulação. Neste momento, a obra, iniciada em Maio, já atingiu dez quilómetros dos 30 de percurso, revelaram as autoridades administrativas, que estão a empregar 10 milhões de kwanzas na empreitada.

A comuna também passou a dispor de novas instalações para a administração. A construção custou 17, 32 milhões de kwanzas, revelou o administrador municipal de Caluquembe, Emílio Tchitacumbe.

António Bongue salientou, por seu lado, que este novo edifício vai permitir que os serviços administrativos sejam desenvolvidos com maior rapidez e garantir a prestação de um serviço de qualidade às populações, dadas as condições de trabalho que as mesmas oferecem.

A vila da comuna de Calepi foi arquitectada numa zona nobre e de planalto, que possui sinais de exploração de minério, como o mercúrio e trumarina.

Mais escolas e produção agrícola

Na área da educação, foram construídas quatro novas escolas, obras que estão a permitir a inserção de muitas crianças no sistema normal de ensino. No presente ano lectivo foram matriculados 10.568 alunos, desde o ensino primário ao secundário do primeiro ciclo, mas ainda há duas mil crianças fora do sistema de ensino, por falta de docentes e salas. Um total de 195 professores assegura o funcionamento das escolas.

Os camponeses da comuna estão a receber apoio do governo provincial, através da direcção da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, com a distribuição de instrumentos de trabalho e fertilizantes, numa acção que está a contar com o apoio da associação Mafiku.

Foram ainda distribuídas juntas de bois, projecto que está a permitir o aumento dos níveis de produção, adiantou o administrador, para quem a comuna dá passos para o relançamento da produção do café, perlo que os camponeses da Tchavola estão a receber sementes de café arábico.

A produção do abacaxi também está a ser incentivada. Com os apoios, os camponeses aumentaram os níveis de produção. Por isso, o administrador defende maior investimento por parte dos empresários, com vista à abertura de mais lojas.

O governador da Huíla, Isaac dos Anjos, disse que na província estão a ser desenvolvidas várias acções, sendo a agricultura uma prioridade, tendo por isso pedido aos camponeses para se organizarem, para que beneficiem dos apoios do Executivo.

 

Fonte

“Abandonar Angola” Aida Viegas – Um olhar à distancia


 
Publicado em 2002,  é dedicado aos retornados, muitas vezes incompreendidos, gente corajosa que soube reerguer-se das cinzas do infortúnio. Transcrevem-se 9 dos 24 capítulos que compõem esta obra.
Um olhar à distância
A distância no espaço e no tempo apaga a dor e a revolta, clarifica o discernimento, estabiliza, e deixa que floresçam novas esperanças no nosso olhar que pode ser selectivo ou abrangente, transmitir raiva ou ternura, inconformismo ou resignação ... Feitiço, lenda, realidade, pesadelo e ... saudade!... Tudo é Angola.
A Angola do verbo abandonar conjugado a doer tem profundas cicatrizes cujo testemunho, “a geração dos retornados,” não poderia deixar de legar...

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Aida Viegas
 

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