Procurando ser breve, passo a descrever os momentos que vivi, quando cheguei a Caluquembe:
A câmara de filmar foi-me emprestada e estava limitada a uma bateria e uma cassete de 1 hora. Às vezes encontrava-me, só, e não foi possível, recolher cenas e momentos indescritíveis.
Quando surgiam não tinha bateria, e quando tinha bateria não havia nada para captar. Só podia carregar a bateria na Missão Católica de Santiago, onde havia electricidade das 19:00 às 21:00 Horas.
Por não ter pedido autorização às autoridades, raramente saía do carro para obter imagens da vila. Mais tarde, obtive autorização, mas tinha-se esgotado a cassete ou a bateria e também já havia filmado toda a vila.
Para todos os que viveram em Caluquembe, ou por esta vila passaram, não podia deixar de partilhar as imagens que colhi, quando lá estive em Dezembro de 2003.
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Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
Parte 8
Parte 9
O momento mais marcante, deste regresso, foi o reencontro com dois grandes amigos: Chingando e Isabel. Quando o Chingando me reconheceu, não me deu tempo de pousar a câmara, ficando esta, a filmar o chão, enquanto em lágrimas me abraçava. A Isabel, desatou num pranto, sendo esta a forma que encontrou, para exteriorizar a sua emoção.
Parte 10
Parte 11
Regressei aos teus braços
Oh querida terra mãe!
A tristeza podes apagar.
Regressei aos teus braços,
que provam a força dos nossos laços
aos homens que os tentaram quebrar.
Na companhia de Deus te revi
e só Ele sabe como te senti.
Ao chegar, logo estendeste a mão.
Aí começou a minha emoção,
que se apoderou de mim
entrelaçada no teu calor sem fim.
Fui até à Huíla.
A sua vila visitei.
Aí, senti a sua gente tranquila,
onde me reencontrei.
Os espíritos antepassados me falaram
porque a minha alma encontraram.
Com deus os revi assim,
para os recordar no tempo sem fim!
*Jorge Rodrigues de Caluquembe*